Deputados lamentam morte de vereadora do RJ e debatem Segurança Pública

Imagem: Deputado Cabo Almi usou a tribuna para lamentar a morte da vereadora do RJ
Deputado Cabo Almi usou a tribuna para lamentar a morte da vereadora do RJ
15/03/2018 - 11:40 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Victor Chileno/ALMS e Renan Olaz/Câmara do Rio

Os deputados estaduais por Mato Grosso do Sul lamentaram, durante sessão desta quinta-feira (15/3), a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), baleada na cabeça em seu carro ontem, no Rio de Janeiro. Sua assessora ficou ferida e o motorista Anderson Pedro Gomes também morreu. Com indícios de execução, o crime chocou o país.

Cabo Almi (PT) foi o primeiro a demonstrar sua indignação. “Esse crime reforça que nossa legislação está errada. Que essa intervenção [das Forças Armadas no RJ] não adianta. O Código Penal precisa ser alterado, os culpados severamente punidos e a Justiça precisa funcionar. Não podemos continuar assim. Quantas Marielles ainda precisam morrer?”, questionou Almi, que complementou que o país precisa investir em políticas públicas. “Não vamos resolver a violência só com armas”, disse.

Para Felipe Orro (PSDB), a morte da vereadora tem relação com a falta de fiscalização das fronteiras em Mato Grosso do Sul, com a facilitação da entrada de armas de fogo e drogas, que são distribuídas pelo país. “Nos solidarizamos com o ocorrido, pois os bons não podem se calar. Porém, o que acontece no Rio de Janeiro é reflexo do corredor que somos em Mato Grosso do Sul. Que isso reforce a bandeira de enfrentamento ao crime organizado”, ponderou.

Quem também subiu na tribuna para falar sobre o caso foi o deputado José Carlos Babosa (PSB). Barbosinha citou a falta de investimentos do Governo Federal e as promessas de implementação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sifron). “Seriam R$ 12 bilhões em investimentos e até agora o Exército só recebeu R$ 1 bilhão. Em vez de reforçar as ações, o Governo Federal reduziu em 54% as atividades desse Sistema, segundo várias matérias da imprensa. Vimos várias promessas de ministros, mas estamos vendo que o Sisfron, que ajudaria muito o combate ao narcotráfico, está para virar o grande elefante branco. Com as fronteiras abandonadas não tem como fazer o enfrentamento da violência”, criticou.

O deputado João Grandão (PT) concordou. “A gente vê os jornais dizendo que o presidente Michel Temer [PMDB] abandonou a fronteira, que é um ‘calo’. As matérias apontam mais de R$ 60 milhões em cortes de recursos da Segurança Pública em 2018. Não tem fazer o total combate ao tráfico de drogas”, finalizou. Dr. Paulo Siufi (PSDB) ressaltou. “O mundo se chocou. Não tem cabimento. E nós políticos sofremos também com isso. Não podemos ser terra sem lei”, enfatizou.

O deputado Amarildo Cruz (PT) destacou o perfil da vereadora. “Quinta mais votada, 38 anos, negra, nascida e criada na favela, formada em Sociologia, capaz de entender a realidade do povo e por isso lutava contra as mazelas, defendia os oprimidos, denunciava as desigualdades. Foi execução sim. Para dar um recado. Como consertar esse país em que matam os bons?”, lamentou.

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