No Dia do Assistente Social, valorização da categoria é debate na Assembleia

Imagem: Deputado João Grandão cumprimenta assistentes sociais durante sessão desta terça-feira
Deputado João Grandão cumprimenta assistentes sociais durante sessão desta terça-feira
15/05/2018 - 12:15 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Luciana Nassar

Nesta terça-feira, 15 de maio, comemora-se o Dia do Assistente Social. Para parabenizar os profissionais da categoria, o deputado João Grandão (PT), que é coordenador da Frente Parlamentar da Assistência Social da Assembleia Legislativa, foi o primeiro a subir na tribuna para defender mais recursos à pasta e valorização dos salários.

“A responsabilidade e comprometimento dessa categoria para com o cidadão, principalmente, com àqueles que não têm seus direitos respeitados, é louvável. Infelizmente até hoje não conseguimos colocar no contexto político a importância que a pasta tem e um rubrica orçamentária própria. Além disso, foram muitos cortes de recursos nos últimos anos, o que é lamentável”, disse João Grandão.

Para o deputado se a intenção é a unificação do atendimento da Assistência Social em todas as esferas, é preciso unir esforços para a valorização do subsídio aos profissionais. “Eles têm um trabalho pautado no calor humano, de dar consolo emocional que chega até esquecer da própria dor. Independentemente de cor partidária, todos nós concordamos que é preciso melhorar as condições salariais dessa categoria e quem sabe até unificar” , reiterou João Grandão.

O deputado Dr. Paulo Siufi (PMDB) concordou e relembrou que no início de sua formação como médico, contou várias vezes com os profissionais da Assistência Social para dar notícias ruins às famílias dos pacientes. “Eles estão preparados para dar o apoio na hora de comunicar uma morte ou uma doença grave. O trabalho deles é imprescindível e de um desgaste físico e emocional grande, que fez com que eu fosse o autor da Lei Municipal 5.307/2014, que reduziu a carga horária de trabalho para 30 horas semanais. Tentei emplacar a lei estadual, mas foi vetada pelo Governo do Estado. Há lei federal sobre isso, que precisa ser cumprida”, ressaltou.

Nossa escolha é a resistência

Duas assistentes sociais usaram a tribuna para falar das lutas da categoria, a convite do deputado Pedro Kemp (PT). Francieli Piva Borsato foi a primeira e ressaltou o slogan da campanha nacional do Conselho Federal de Serviço Social – “Nossa Escolha é a Resistência”.

“Esse tema diz muito sobre nossa atual conjuntura. Primamos pelo trabalho social com qualidade aos mais de 183 mil profissionais inscritos no Conselho. Atuamos na política, na saúde, nos mais diferentes espaços públicos e privados, em cargos de gestão, assessores e consultores para políticas sociais e no atendimento direto à população. Somos majoritariamente mulheres e vivenciamos período de cortes das políticas sociais. Estamos em um momento que desafia, com realidade que apresenta poucas alternativas. Peço para que os deputados, que são representantes do povo, escutem e defendam a nossa classe trabalhadora. Queremos a lei de 30 horas de jornada, a obrigatoriedade da presença de assistente social nas escolas e o curso de Serviço Social na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul”, discursou Francieli.

A outra assistente social a falar em tribuna foi Lana Amaral Nunes Goulart, também a convite de Kemp. “Nossa profissão existe há mais de 80 anos. No Mato Grosso do Sul temos 3.187 profissionais inscritos e ativos no Conselho. A questão social é o objeto de trabalho direto do assistente social. É preciso resistir, em detrimento do trabalho profissional com qualidade. O enfretamento pela falta de investimento público na formação e preservação das políticas sociais são algumas das nossas lutas, em tempos de ataques aos direitos sociais, desmonte da saúde pública. Então a mensagem para deixar nesse 15 de maio é essa, buscando estratégias em um estado em que os direitos sociais sejam pauta todos os dias não só quando a barbárie bate à porta”, argumentou Lana.

Pedro Kemp agradeceu a visita e parabenizou toda a categoria. “Hoje é um dia de reconhecimento do valor e importância de vocês para um país tão injusto e desigual como o Brasil, que está em retrocesso em direitos sociais. A presença do Estado na garantia dos direitos da cidadania é indiscutível, pois a assistência é um direito e não um favor que o Estado presta à população, por isso tem que ser reconhecida e valorizada. Nós que militamos na política na construção de um país mais justo e fraterno, damos total apoio a vocês”, declarou Kemp.

O deputado Amarildo Cruz (PT) também parabenizou as assistentes. “Fica aqui meu reconhecimento pelo papel estratégico que vocês desenvolvem e o quanto ele é transformador. Não melhoramos uma nação sem vocês”, disse. Lidio Lopes (PEN) complementou. “Vocês invertem o assistencialismo barato e cumprem o verdadeiro papel do serviço social e por isso precisavam de mais aportes financeiros, junto à saúde para que muitos problemas fossem resolvidos”, analisou.

Felipe Orro (PSDB) concordou. “De todas as profissões vocês são os que mais estão próximos do sentimento das pessoas. É uma missão que extrapola as obrigações, limites e horários para ajudar as pessoas”, ressaltou Orro. No exercício da presidência, Antonieta Amorim (PMDB) concordou e reiterou o compromisso da Assembleia Legislativa com a categoria.

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