Assembleia atuará para continuidade do curso de Educação do Campo da UFMS

Imagem: Evento foi proposto pelo deputado Grandão, vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da ALMS
Evento foi proposto pelo deputado Grandão, vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da ALMS
27/04/2018 - 10:22 Por: Heloíse Gimenes   Foto: Luciana Nassar

Movimentos e organizações sociais dos trabalhadores rurais conquistaram várias iniciativas no âmbito da oferta de educação pública e da formação de profissionais para o trabalho nas escolas do campo. Para que o curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) tenha continuidade, a Assembleia Legislativa realizou nesta sexta-feira (27), uma audiência pública para debater o assunto com a instituição, acadêmicos e professores.   

O deputado estadual João Grandão (PT), propositor da audiência, elaborou uma Carta Aberta em Defesa da Educação do Campo, que será encaminhada ao Ministério da Educação (MEC), Senado Federal, Câmara dos Deputados e várias instituições de Educação. “Queremos chamar a atenção para a importância da Política Pública de Educação do Campo. Respeitando a realidade orçamentária existente hoje, vamos lutar pela continuidade do curso. Entendendo a capacidade de gestão da UFMS, vamos encaminhar este documento como forma de alerta para a não paralisação e acreditamos na sensibilidade dos senadores e deputados federais para que seja reposto o orçamento voltado para o curso”, destacou o parlamentar.

O Governo Federal, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), possibilitou a disponibilização e transferência direta de recursos financeiros junto às instituições conveniadas que atuam com a proposta pedagógica de formação por alternância. De acordo com a acadêmica Tânia Aparecida de Paula Servim, o aporte financeiro era para a formação de três turmas, porém somente duas serão encerradas, com um total de 229 alunos.

“Não podemos deixar morrer esse curso, pelo contrário, devemos valorizar a identidade e a cultura dos povos do campo, numa perspectiva de formação humana e de desenvolvimento local sustentável. Reivindicamos a formação da terceira turma e a proposta pedagógica de regime de alternância, ou seja, com dois momentos, o tempo universidade e o tempo comunidade”, disse Tânia. A diretora da Faculdade de Educação da UFMS, Ordália Almeida, garantiu que o curso não será fechado, mas será reorganizado, já que não houve mais o repasse para as despesas realizadas com transporte, hospedagem e alimentação de alunos e professores desde 2017.   

De acordo com a diretora, em 2013 foi elaborado o curso para receber 150 alunos, no ano seguinte, foi efetivado, com o ingresso de 86 acadêmicos. Em 2015, a segunda turma iniciou-se com 143 estudantes. “Em 2014, o MEC encaminhou à UFMS o valor de R$ 1,2 milhão. Em 2015, foram liberados 795 mil e, em 2016, aconteceu o último repasse , equivalente a R$ 270 mil. Desde o ano passado, com recursos próprios, a universidade tem mantido as atividades das duas turmas matriculadas”, esclareceu.

Ordália explicou ainda que a universidade pretende tornar regular e permanente o curso de Licenciatura em Educação do Campo. “Esse curso foi concebido num formato com recursos próprios. Como não existem mais estes repasses via MEC, vamos fazer uma readequação. Institucionalizar o curso requer uma reorganização. Ações estão sendo desencadeadas para que o curso de Licenciatura em Educação do Campo esteja na matriz orçamentária da UFMS. São alunos como todos os outros, não queremos diferenças. A nossa luta tem sido levar a educação em todos os espaços e regiões do Estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou a diretora.

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