Deputados estaduais avaliam plano de governo e decisões do presidente eleito

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Barbosinha, Kemp e Grandão ressaltam aspectos negativos e positivos da transição na Presidência
14/11/2018 - 12:51 Por: Fabiana Silvestre   Foto: Victor Chileno

Os mais recentes anúncios e o plano de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), foram avaliados pelos deputados Pedro Kemp (PT), Barbosinha (DEM) e João Grandão (PT) durante a sessão plenária desta quarta-feira (14). Eles foram à tribuna da Casa de Leis.

Kemp qualificou como “muito preocupante” a transição de governo no “mar de incertezas” que vive hoje o brasileiro. Segundo ele, a equipe designada por Bolsonaro para iniciar as ações “vive batendo cabeça” e tem demonstrado total desconhecimento e insegurança em relação ao governo do país.

Kemp citou o imbróglio com relação ao Ministério do Meio Ambiente – fusão ou não com a pasta da Agricultura –, a mudança da embaixada brasileira em Israel, de Telaviv para Jerusalém, e as recentes declarações relacionadas à Previdência Social. “Enquanto o mundo discute medidas para proteger o meio ambiente, no Brasil isso parece ser secundário ou até terciário. Na Previdência, a proposta do presidente eleito deixa arrepiados os cabelos da cabeça dos trabalhadores. Ele propõe um sistema igual ao do Chile, que já deu errado”, disse. “Não torço para dar errado, mas hoje estamos em um barco furado”, complementou.

Barbosinha ponderou que “treino é treino e jogo e jogo” e, portanto, todos os brasileiros precisam dar “um voto de confiança” a Bolsonaro. Para o deputado, o fato do presidente eleito ter voltado atrás em relação à fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente é altamente positivo. “Essa postura, de pensar algo e depois voltar atrás, é de muito bom-senso. Na verdade, o presidente precisa de um assessor de imprensa, um porta-voz que possa representá-lo, especialmente para esses assuntos mais polêmicos", disse.

O parlamentar reiterou que Bolsonaro e equipe receberão o “legado deixado” pelos governos passados e que medidas já anunciadas, como a redução de 30% no número de comissionados entre os servidores públicos federais, demonstram aspectos promissores da nova gestão. “Nosso país vive uma crise sem precedentes, com mais de 13 milhões de pessoas desempregadas. Vamos aguardar mais um pouco e torcer pelo melhor”, afirmou Barbosinha.

Para Grandão, antes de qualquer anúncio a equipe de Bolsonaro deve se inteirar melhor das informações pertinentes, se referindo à fusão de ministérios. Ele também demonstrou preocupação com relação à atenção que será dada aos temas da agricultura familiar. “Temos todos que fazer uma reflexão. A equipe do presidente deve pesquisar melhor antes de qualquer decisão. Além disso, eu espero que tenhamos boas notícias porque, até o momento, eu não vi nada relacionado à agricultura familiar, que é responsável por 85% dos alimentos que todos nós consumimos”.

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