Teixeira apresenta Moção de Pesar pelo falecimento do professor Wilson Biasotto

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15/07/2021 - 12:11 Por: Gustavo Nunes   Foto: Enfoque MS

Na sessão plenária desta quinta-feira (15/07), o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) apresentou Moção de Pesar aos familiares do ex-vereador e Professor Universitário Wilson Valentim Biasotto, por seu falecimento aos 73 anos de idade, ocorrido no dia 14 de julho deste ano, em Dourados.

O professor universitário aposentado faleceu no Hospital do Coração de Dourados, onde estava internado havia alguns dias para tratar de problemas de saúde decorrentes de recidiva de câncer de pulmão com metástase em outros órgãos.

Segundo Zé Teixeira, Mato Grosso do Sul perdeu um grande cidadão e uma importante liderança. “Wilson Biasotto é merecedor de todo nosso respeito, acima de tudo pela nobreza de caráter e em reconhecimento a sua dedicação à Educação Universitária, à literatura, ao trabalho legislativo e em prol da construção de uma sociedade melhor, pelo legado de serviços prestados ao município de Dourados e ao Estado, pelos exemplos de vida à família, amigos e companheiros de jornada, conclamamos os nobres Pares desta Casa de Leis nesta homenagem singela a seus familiares, por seu falecimento.”, afirma deputado Zé Teixeira.

Trajetória do Professor Wilson Biasotto

Filho de Maria Secagno Biasotto e Waldomiro Biasotto, Wilson Valentim Biasotto nasceu na Colônia Branca de uma fazenda de café pertencente a seus bisavós, Felice Biasotto e Maria Luiza Bignotto, no bairro das Três Barras, Município de Borborema, Estado de São Paulo, no dia 28 de novembro de 1947.

Para realizar o sonho de estudar os filhos, Seu Waldomiro e Dona Maria venderam os seus bens rurais, suas vaquinhas, galinhas, apetrechos gerais e o cavalo alazão e, em 1953, mudaram-se para a cidade de Itápolis, São Paulo. Wilson Biasotto estava por completar 7 anos e seu irmão, Jair João Biasotto, tinha então 1 ano e seis meses.

Em Itápolis Wilson V. Biasotto completou o curso primário e iniciou o ginasial no Instituto de Educação Valentim Gentil. Quando completou 15 anos, seus tios Claudete Secanha e Jayme de Andrade Telles levaram-no para Catanduva/SP, em busca de melhores condições de trabalho. Um ano depois toda a família mudou-se para Catanduva, onde Biasotto completou o seu curso ginasial na Escola Estadual Nicola Mastrocola e o curso Normal (formação de professores) no Instituto de Educação Barão do Rio Branco. Ainda em Catanduva graduou-se em História pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Catanduva.

Iniciou a sua carreira no magistério em 1972. Neste ano lecionou numa Escola de Emergência, no Município de Sales. Em 1973, também em Escola de Emergência, lecionou em Itajobi. As escolas de emergência eram escolas rurais multisseriadas, ou seja, ao mesmo tempo o professor ministrava aulas para o 1º, 2º e 3º anos. No período noturno, Biasotto lecionou no ensino de segundo grau (hoje ensino médio) em Itajobi e Catanduva, e em 1973 concluiu um curso de especialização em História do Brasil na Faculdade Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, também Estado de São Paulo.

Em março de 1974 veio para Dourados para lecionar História no Centro Universitário de Dourados (CEUD), no Campus da UEMAT – Universidade Estadual de Mato Grosso – hoje Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Na Universidade construiu a sua carreira devotando-se ao ensino, à pesquisa e à extensão universitária. Concluiu o Mestrado e o Doutorado na Universidade de São Paulo - USP, em História Social.

Em 1974 foi fundador do Teatro Universitário de Dourados – TUD, grupo teatral que teve 17 anos de atuação, sendo treze anos de atividades ininterruptas, até 1987.

Em 1976, casou-se com a professora Helena Maria Schvarcz Biasotto, conhecida carinhosamente como professora Leninha. Em 1977, o casal teve a primeira filha, Mirella Biasotto; em 1980 nasceu Etienne Biasotto, e em 1981 nasceu Milenne Biasotto.

Em 1978 foi fundador e primeiro presidente da ADP - Associação Douradense de Professores, atual Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados – SIMTED. Ainda em 1978 fundou e foi o primeiro vice-presidente da Federação dos Professores de Mato Grosso do Sul - FEPROSUL, hoje Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul – FETEMS.

Após quatro anos de debates internos na UFMS/Dourados e debates externos, principalmente no seio do professorado, Biasotto lançou, em 1982, pela primeira vez por escrito, a idéia da criação da Universidade Federal da Grande Dourados.

Em 1983 defendeu na Universidade de São Paulo – USP - a sua dissertação de Mestrado: “O rei como fonte de justiça nas crônicas de Fernão Lopes”, o que lhe valeu o título de Mestre em História Social.

Também em 1983, foi um dos responsáveis pela implantação do curso de Ciências Contábeis na UFMS/Dourados e criador do Centro de Documentação Regional, órgão do Campus de Dourados da UFMS que abriga atualmente milhares de documentos sobre a região Centro-Oeste.

Defendeu tese na Universidade de São Paulo – USP, em 1995, intitulada: “Imaginário e Realidade Social das Crônicas de Fernão Lopes”, o que lhe valeu o título de Doutor em História Social.

Sócio fundador e por duas vezes presidente, em 1984 e 1995, da Associação dos Professores do Campus de Dourados da UFMS - Sessão Sindical de Dourados, filiada à ANDES (mais tarde passando à denominação de Adourados), e em 1996 foi eleito diretor do Campus de Dourados da UFMS.

Ainda em 1996, idealizou e, em conjunto UFMS/Dourados, UEMS e UNIGRAN, realizou o I Festival de Teatro Universitário de Dourado – I FESTUDO.

Dentre as realizações, como diretor do Campus da UFMS/Dourados, em que exerceu mandado entre 1997 e 2000, foi o responsável pelo projeto “Cidade Universitária de Dourados” e pela criação dos cursos, como Bacharelado em Administração de Empresas, Direito, Biologia, Medicina, os Mestrados em História e Entomologia e Recursos da Biodiversidade, além de as habilitações em Secretário Bilingue e Tradutor Intérprete no curso de Letras, e deixar encaminhado o Projeto de Mestrado em Geografia.

Em 1998, por iniciativa dos vereadores Laerte Tetila e João Grandão, recebeu da Câmara Municipal de Dourados o título de “Cidadão Douradense”, pelos relevantes serviços prestados ao Município, ano em que publicou o livro: “Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias”, pela editora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Eleito pelo Partido do Trabalhadores (PT), em 2000, em janeiro de 2001, assumiu a vaga como vereador na Câmara Municipal de Dourados, tendo exercido por dois anos a liderança do governo naquela Casa de Leis. Além do árduo trabalho de líder do governo, Biasotto apresentou centenas de indicações, moções e Projetos de Lei.

Uma de suas proposições teve repercussão nacional, a Indicação que fez com que a Prefeitura, ao invés de queimar os galhos de árvores podados na cidade levem-nos para a reserva indígena. Somente quem sabe que muitos índios se utilizam de pés de quiabo secos para fazer fogo consegue dimensionar a importância dessa ação.

Entre as Leis aprovadas, destacam-se a do uso do solo em Dourados e a Lei que acabou com o voto secreto na Câmara de Dourados, a qual colocou fim ao voto secreto, sendo a primeira aprovada em Mato Grosso do Sul e uma das primeiras no Brasil. A partir de então, os vereadores tiveram que assumir publicamente o seu voto.

Em fevereiro de 2003 licenciou-se para assumir a Secretaria de Governo no município, onde permaneceu até 31 de março de 2004, quando se desincompatibilizou para voltar à Câmara Municipal. Na Secretaria de Governo Biasotto empenhou-se e assumiu grande parte da responsabilidade da articulação política do governo, mantendo uma relação de harmonia com os demais poderes, atendendo às reivindicações da sociedade organizada e atuando também como espécie de porta-voz junto aos meios de comunicação, intermediou ou contribuiu na intermediação de todas as grandes realizações do governo municipal: retomada da construção do Centro Administrativo Municipal; Asfalto Comunitário; implantação do shopping em Dourados; Organização do Orçamento Participativo; aplicação dos recursos federais, principalmente nas grandes obras de asfalto; implantação do Hospital Universitário; implantação da Universidade Federal da Grande Dourados, enfim, teve uma atuação firme e decisiva no sucesso da administração Tetila.

Em março de 2004 Biasotto já havia completado 30 anos em Dourados, os quais foram anos dedicados à Educação, à Cultura, ao Sindicalismo e a Projetos Sociais. Em 1º de abril do mesmo ano reassumiu sua cadeira no Legislativo Douradense, onde realizou um mandato popular, voltado para a organização da Sociedade, para o planejamento do futuro de Dourados e para a solução dos problemas cotidianos do município. Preocupado em qualificar os debates na Câmara Municipal, o vereador Biasotto apresentou projeto para estabelecer o “Código de Ética e Decoro Parlamentar”.

O CEUD, onde lecionou quando chegou a Dourados, foi o órgão embrionário da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da qual o professor Biasotto foi um dos idealizadores e teve participação ativa e importante em sua criação, em 2005.

Foi candidato a Prefeito de Dourados, em 2008, na sucessão de Laerte Tetila, onde obteve 21.821 votos e ficou em terceiro lugar na disputa com o atual vice-governador Murilo Zauith (DEM) e com o vencedor da eleição na época, Ari Artuzi. Homem culto e estudioso, foi membro da Academia Douradense de Letras, teve publicado os livros: "O Movimento Reivindicatório do Magistério Público Estadual de Mato Grosso do Sul: 1978-1988, em co-autoria com o Prof. José Laerte Cecílio Tetila; "Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberano Leite de Farias".

 

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