Kemp cita censura e critica interferência em questões do Enem

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Deputado Pedro Kemp disse que interferência de presidente do Inep é inadmissível
16/11/2021 - 12:11 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Luciana Nassar

Após mais de 30 funcionários pedirem demissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão que produz e coordena a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com denúncias na imprensa de interferências ideológicas por parte do presidente Danilo Dupas, o presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, deputado Pedro Kemp (PT), usou a tribuna para criticar a suposta interferência ideológica.

“Eu confesso que nada mais me causa surpresa nesse governo do Brasil, mas eu fiquei indignado. É inadmissível que isso aconteça. É interferência política no conteúdo do exame, para atender um governo negacionista, despreparado, que joga com a desinformação, que não está preocupado com os pobres que deixaram de estudar na pandemia, mas sim com controle ideológico, que me lembra censura da ditadura, em que professores de História eram perseguidos e os conteúdos do que era ensinado passavam pelo crivo. Não dá para aceitar”, indignou-se o deputado.

O parlamentar detalhou a situação denunciada pelos ex-funcionários. “Eles afirmaram que o presidente do Inep, Dupas, teria entrado na sala secreta onde ficam armazenadas as provas do Enem, o mais importante processo avaliativo do país, lido e solicitado a retirada de mais de 20 questões sobre a história recente, que do ponto de vista da equipe técnica não havia qualquer necessidade de reparo a ser feito”, ressaltou.

Enquanto isso, disse Kemp, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro estaria em viagem a Dubai onde afirmara que “agora as provas do Enem passam a ter a cara do Governo”. “O governo se sente dono do Estado Brasileiro, a todo momento querendo impor sua ideologia, um autoritarismo. Vejam só, as provas não precisam mais ser fundamentadas no conhecimento científico, mas sim ‘ter a cara do Governo’. Isso é um retrocesso, para uma instituição que estava avançando com as provas, em eficiência e credibilidade”, destacou Kemp.

Atualmente as provas do Enem são compostas por 180 questões retiradas de um banco nacional, com milhares de questões, preparadas por professores selecionados. A aplicação do Enem 2021 — versões digital e impressa — será nos dias 21 e 28 de novembro.

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