Programa Vida Saudável coloca em evidência a prevenção ao suicídio

Imagem: Capelão Edilson dos Reis é o entrevistado desta edição
Capelão Edilson dos Reis é o entrevistado desta edição
23/09/2022 - 11:29 Por: Regiane Ribeiro   Foto: Arquivo Pessoal

Este mês é marcado pela campanha Setembro Amarelo, que busca conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção ao suicídio, e ainda propõe um diálogo aberto sobre o tema para reduzir o número de casos. O Programa Vida Saudável da Rádio ALEMS, que estréia nesta sexta-feira (23), aborda esse tema em uma entrevista com o professor, pesquisador e coordenador do curso de prevenção ao suicídio do Hospital Universitário, em Campo Grande, capelão Edilson dos Reis.

Taxativo, durante o bate-papo o professor destaca não é difícil falar sobre suicídio, e sim como saber falar do tema. “Existem muitos mitos e tabus sobre o assunto suicídio, além de ser um tema que as pessoas não possuem domínio ao abordá-lo. Para trazer esse assunto para o debate é preciso ter conhecimento teórico e prático. Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% das pessoas que cometem suicídio têm um transtorno mental, mas 90% dos casos poderiam ser evitados, já que o problema psicológico pode ser diagnosticado e tratado”, esclarece o especialista.

Conforme o capelão Edilson dos Reis existem sinais que uma pessoa pode apresentar e demonstrar pensamentos suicidas. “Os estudos apontam que aquele que se encontra nesta situação está em um estado profundo de dor, angústia e sofrimento, que advém de uma doença de base como a depressão, a qual pode ser tratada. Primeiro passo notou mudança de comportamento, já acende um sinal de alerta. Também é necessário prestar atenção no que essa pessoa verbaliza e posta nas redes sociais. Muitas das vezes no espaço familiar ela não tem a liberdade para externar essa palavra, ou seja, esse pedido de socorro”, pontua.

Ao perceber os sinais que podem levar uma pessoa a cometer suicídio é possível ajudá-la. De acordo com o pesquisador e coordenador do curso de prevenção ao suicídio do Hospital Universitário, capelão Edilson Reis, é importante perguntar diretamente como eu posso te ajudar? O que está acontecendo? São fatores de acesso a emoção das pessoas. Tem outra abordagem que representa uma chave para abrir o aparato do apoio - eu me importo com você. A partir do momento que você abrir esse canal de diálogo e se dispor a falar com aquele que está em sofrimento sobre a sua dor e angústia, isso acaba conscientizando a pessoa buscar uma ajuda especializada”, destaca.

De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de um milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Entre os jovens, o suicídio foi à quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades.  “A faixa etária que mais cresce os casos de suicídio está entre os 11 e 25 anos de idade. Os idosos acima de 65 anos ainda são campeões nos casos consumados de suicídio. Outro dado preocupante está relacionado aos estados que mais comentem suicídio por 100 mil habitantes em primeiro lugar está Rio Grande do Sul, em segundo Santa Catarina, Piauí em terceiro e Mato Grosso do Sul ocupa a quarta posição no ranking”, relata o capelão.

A entrevista completa com o professor, pesquisador e coordenador do curso de prevenção ao suicídio do Hospital Universitário, em Campo Grande, capelão Edilson dos Reis, está na Rádio ALEMS. Confira neste link.

 

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