Direto ao Assunto: Ben-Hur Ferreira fala sobre importância do Dia da Consciência Negra

Imagem: Ben-Hur Ferreira, gerente da Escola do Legislativo da ALEMS, foi o entrevistado do Direto ao Assunto
Ben-Hur Ferreira, gerente da Escola do Legislativo da ALEMS, foi o entrevistado do Direto ao Assunto
18/11/2022 - 13:19 Por: Lilian Veron   Foto: Divulgação Rádio ALEMS

Para comemorar o Dia da Consciência Negra, o Direto ao Assunto da Rádio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), entrevista Ben-Hur Ferreira, gerente da Escola do Legislativo da ALEMS e autor do projeto de Lei Federal 10.639 de 2003, que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas públicas e privadas do Brasil.

A lei proposta por Ben-Hur e Esther Grossi, à época deputados federais, completa 20 anos em 2023 e é um dos marcos na conquista dos negros que passaram a ter a sua história e cultura inseridas nos currículos escolares.  “Quando criança eu ficava meio inconformado ao ver apenas a história da escravidão e não da resistência, da capoeira, da fuga em massa dos quilombos, o papel da mulher negra, antes e depois da libertação. A Lei recupera esse passado glorioso de resistência. A lei recupera símbolos, a autoestima das crianças, a criança negra começa a ter orgulho, a criança branca começa a admirar”, diz Ben-Hur.  

Ben-Hur Ferreira é um dos pioneiros no estado nas comemorações do Dia da Consciência Negra. Na entrevista ele conta sobre a formação do Grupo de Trabalho de Estudos Zumbi (TEZ) de combate ao racismo e suas primeiras iniciativas para divulgar a importância da data. “Consciência negra é um movimento que envolve ideias, sonhos, utopias, mobilização para se contrapor a ideia de que a libertação dos escravizados foi apenas um presente. A liberdade a gente sabe que é conquista, organização, resistência. Claro que foi importante a princesa Isabel assinar a Lei Áurea, mas a história mostra que antes da abolição formal houve uma resistência e uma das maiores foi justamente o quilombo dos Palmares, que teve um grande líder chamado Zumbi que resistiu a escravização”, explica, acrescentando que era preciso um dia para celebrar, um dia para reverenciar os mártires e a data da morte de Zumbi, desse grande líder, foi escolhida.  

Ben-Hur destaca que no Brasil esse dia de celebração da diversidade ainda é importante para combater o racismo. “Talvez um dia a gente não precise mais enfatizar a consciência negra, mas por hora é importante insistir na consciência negra, justamente para recuperar, para mostrar que houve uma história de resistência e combater o racismo que ainda é muito forte no Brasil”, enfatiza.

Ouça a entrevista completa, clicando no link da Rádio ALEMS.

 

 

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