“A cada hora, 503 mulheres sofrem violência no país”, alerta representante da OAB

Imagem: Representante da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB/MS durante sessão desta quinta-feira
Representante da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB/MS durante sessão desta quinta-feira
08/03/2018 - 12:33 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Reprodução/TVALMS

Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o Dia Internacional da Mulher foi de reflexão sobre os dados da violência no país. A convite da deputada Mara Caseiro (PSDB), a representante da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB/MS, Dora Waldon, discursou na tribuna sobre os números alarmantes.

“A cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas. Um estupro ocorre a cada 11 minutos. A cada 1h30 ocorre um feminicídio. A cada hora, 503 mulheres sofrem violência. Uma em cada quatro mulheres disse em pesquisa que já se sentiu cerceada pelo parceiro e as mulheres de menor nível de escolaridade são as que mais sofrem”, enumerou a advogada.

Ainda segundo a representante da OAB, a violência física predomina, mas cresce o reconhecimento das agressões morais e psicológicas, sendo o feminicídio, chamado crime de ódio, o mais alto grau de violência. “O país avançou com a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio e em Mato Grosso do Sul a primeira Casa da Mulher Brasileira, que é fantástica, mas precisamos fazer mais. São questões históricas e culturais, porém o homem precisa entender que não pode cometer nenhum tipo de violência. Peço a toda a sociedade que façamos algo pelas mulheres. Que se unam. Que encorajam cada uma a denunciar seus agressores até que não haja mais vítimas”, ressaltou.

A deputada Mara Caseiro, que presidiu temporariamente a sessão em homenagem às mulheres, agradeceu a fala da advogada e prometeu fazer coro à sua voz. “Pode não haver nenhum agressor em nosso ambiente, mas seremos instrumentos multiplicadores de sua palavra para conscientizar ainda mais a sociedade e a importância da mulher nela e pelo fim da violência. Obrigada”, finalizou.

Mato Grosso do Sul é o estado com maior taxa de mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica que buscam atendimento em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres no Brasil. Confira o estudo completo do feito pela Flasco Brasil clicando aqui

Para quem deseja denunciar violências ou buscar ajuda, a Casa da Mulher Brasileira está situada na Rua Brasília, s/nº, Jardim Imá, em frente ao Aeroporto Internacional de Campo Grande. Para informações ligue (67) 3304-7559 ou o disque-denúncia é pelo número 180, com ligação gratuita e garantia de anonimato. 

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