Mudança na Funasa atinge 3 mil servidores da saúde indígena

Imagem: Gilberto Jorge Cordeiro Gomes e Sérgio Ronaldo da Silva
Gilberto Jorge Cordeiro Gomes e Sérgio Ronaldo da Silva
11/03/2009 - 11:46 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Giuliano Lopes

A mudança na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que passará a competência pela saúde indígena para o Ministério da Saúde, atingirá cerca de 3 mil trabalhadores. A informação é dos dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), o agente de saúde pública, Gilberto Jorge Cordeiro Gomes, e o técnico de laboratório, Sérgio Ronaldo da Silva, que usaram a tribuna, na sessão ordinária desta quarta-feira, para pedir o apoio dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul.

O uso da palavra foi solicitado pelo líder do PT, deputado estadual Pedro Teruel. Após a manifestação dos sindicalistas, os deputados estaduais presentes assinaram uma carta de apoio aos servidores da Funasa. O documento reforça a reivindicação da categoria, que pretende ser ouvida pelo Congresso Nacional na aprovação do Projeto de Lei 3.598/08, que cria seis novas secretarias, incluindo-se a que ficará encarregada pela saúde indígena.

De acordo com Silva, com a municipalização da vigilância epidemiológica em 2003, o órgão transferiu 31.816 servidores para os estados e municípios. Atualmente, dos 62,6 mil funcionários da Funasa, 38.951 estão na ativa. Gomes destacou que com a municipalização, 31,8 mil servidores só recebem do Governo federal, mas trabalham em prefeituras e órgãos públicos estaduais.

Com a criação da Secretaria de Atenção Primária e Promoção de Saúde, o Governo pretende transferir a saúde indígena da Funasa para o Ministério da Saúde. Os servidores são contra. Para combater as irregularidades e denúncias de corrupção no órgão, eles defendem a apuração das denúncias e a reestruturação da Funasa. "Queremos defender os direitos dos trabalhadores", frisaram.

Teruel também ocupou a tribuna para falar sobre as reivindicações. Ele lembrou que a extinta Sucam, atual Funasa, era famosa pelo combate à febre amarela e à malária. Se o combate à dengue fosse mantido, na opinião do petista, a situação poderia estar sob controle, não com o registro frequente de epidemias no País.

Sobre a criação da saúde indígena, o parlamentar defendeu que o remanejamento não seja feito se for prejudicìal à sociedade brasileira. Além de combater a desnutrição infantil nas aldeias, a Funasa é responsável pelas políticas de saneamento básico.
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