Com rede de saúde “estrangulada”, deputados pedem investimentos do Executivo

Imagem: Pedro Kemp puxou o assunto na tribuna virtual
Pedro Kemp puxou o assunto na tribuna virtual
14/07/2021 - 12:00 Por: Fernanda Kintschner   Foto: Wagner Guimarães

Durante a sessão virtual desta quarta-feira (14), os deputados estaduais pediram mais investimentos no setor da Saúde, após receberam denúncias da população sobre a dificuldade de acessos ao sistema público.

O primeiro a falar foi o deputado Pedro Kemp (PT), que disse ter sido procurado por uma pessoa que conseguiu realizar consulta e exame pela Rede Pública de Saúde da Capital, porém só teve seu retorno médico marcado para dezembro. “Eu fiquei pensando se essa pessoa tem a suspeita de uma doença grave, seu retorno vai ser daqui a 6 meses, provavelmente ela não terá mais condições de fazer um tratamento para salvar sua vida. É um absurdo”, denunciou.

Segundo o parlamentar, em período de pandemia algumas situações ficaram ainda mais graves. “O que eu trago aqui é a necessidade de um centro de exames e diagnóstico mais eficaz para que possa de fato atender com maior agilidade. Há deficiências que precisam ser corrigidas. Precisa de uma modernização da rede da Capital, que hoje concentra um terço da população.  As pessoas precisam ser tratadas com dignidade, pois muitas vezes passar o que elas passam é uma violência em busca de um diagnóstico e tratamento”, lamentou.

Barbosinha concordou e também denunciou uma situação em Dourados. “Estamos vivendo momentos terríveis na saúde pública. A percepção que a gente tem é que só existe Covid-19, outras patologias não existem mais. A dificuldade é imensa. Tive o apelo de duas famílias com diabéticos que teriam que amputar o pé e precisavam de exame que confirmasse a necessidade e não conseguiram”, disse.

Segundo o parlamentar há apenas um hospital na cidade que realiza tal exame, que não estava acessível. “Como que você vai falar para a família que vai fazer essa cirurgia sem o exame que confirma a necessidade? O médico fica numa situação em que se não amputar pode levar [o paciente] à morte e ele também precisa desse documento para o resguardar de responsabilidade civil. Precisamos ter sensibilidade que as obras físicas são importantes, mas em primeiro lugar são as pessoas, pois para elas que existe o Executivo”, considerou.

O deputado Lidio Lopes (PATRI) disse que o sistema está no limite. “Sabemos que a Saúde é complexa e a demanda é muito grande. Faço parte do Conselho Nacional de Vacinação e uma das indicações é a suspensão de cirurgias eletivas em todo o país, pois chegamos em um momento que não tínhamos anestesias e remédios suficiente para manter os pacientes de Covid intubados. Faltaram profissionais de saúde, que estavam esgotados . É uma consequência de fatores que levou ao sistema ficar estrangulado. Hoje há uma prioridade de fato. Se não for urgência e emergência é postergado. Mas todo o sistema nacional está assim”, ponderou.

Neno Razuk (PTB) também discursou na tribuna virtual. “Depois dos exames feitos não tem justificativa uma demora de seis meses. Um tratamento simples pode evitar uma doença agravar, o que geraria muito mais custos à família a ao Poder Público. Em Dourados ainda tivemos situação séria que foi um ‘fura fila’ de uma pessoa que trabalha com um parlamentar de dourados, com um médico que é vereador e fizeram um procedimento. Foi uma denúncia séria que está sendo analisada pela Câmara de Dourados, para evitar isso, pois todas as pessoas têm que ser tratadas como iguais”, finalizou.

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