CPI da Desnutrição Infantil Indígena retoma os trabalhos em agosto

24/06/2005 - 13:44 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura as causas da desnutrição e mortalidade infantil indígena, deverá retomar os depoimentos em agosto, após o recesso parlamentar de julho. Segundo o presidente da CPI, deputado estadual Maurício Picarelli (PTB), os primeiros ouvidos serão os responsáveis pela construção das casas na reserva indígena de Dourados, que desabaram.
Serão convocados a engenheira civil Évelyn Barbosa, o empresário e sócio da construtora A.C., Milton Gonçalves Filho, o diretor-executivo da Agência Municipal de Habitação Popular de Dourados, Dário Sérgio Peralta, e o secretário municipal de Infra-estrutura, Jorge Amilton.
Criada para apurar as causas da desnutrição e mortalidade infantil indígena em Mato Grosso do Sul, considerada uma das mais altas do País e só comparável aos registrados na África, a CPI ouviu 29 pessoas em dez audiências. Inúmeras irregularidades já foram apontadas, como licitações suspeitas e que a maior parte dos recursos do Fome Zero não foram investidos na atividade fim.
A CPI é presidida por Picarelli, a relatora é a deputada Bela Barros (PDT), e os demais integrantes são os deputados Pedro Kemp (PT), Luizinho Tenório (PL) e Loester Nunes (PDT).

História - Picarelli solicitou a criação da CPI no dia 16 de fevereiro deste ano. O requerimento teve o apoio de todos os deputados estaduais. O presidente Londres Machado (PL) autorizou a publicação da CPI no Diário Oficial no dia 23 de fevereiro e os líderes indicaram os membros. A primeira reunião da comissão aconteceu dia 1.º de março na sala de reuniões da presidência, onde foi definido a visita às aldeias de Dourados.
Um dos depoimentos mais contraditórios foi o do ex-coordenador da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Mato Grosso do Sul, Gaspar Hickmann, que depôs duas vezes, em 10 de março e 5 de maio deste ano. A Funasa tem orçamento de R$ 24 milhões, sendo que R$ 12 milhões foram gastos com funcionários contratados sem concurso público. A CPI constatou contratos milionários na aquisição de veículos, incluindo os de luxo.
Os trabalhos da CPI do Índio ainda não foram concluídos, mas há muito que fazer. \"É um problema de proporções gigantescas e que causou e vem causando grande preocupação à sociedade. Estamos trabalhando muito para mudar este cenário e estou certo que a CPI contribuiu muito para algumas mudanças já conferidas nas aldeias”, afirmou Picarelli.
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.