Kemp cobra apuração da PF sobre morte de indígena

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09/06/2009 - 13:10 Por: Josy Macedo, assessoria de imprensa parlamentar    Foto: Giuliano Lopes

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) ocupou a tribuna na sessão desta terça-feira, dia 09, para cobrar que casos envolvendo as comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul sejam investigados pela Polícia Federal, conforme prevê a Constituição. A cobrança do parlamentar foi motivada pela morte do Kaiowá Guarani, Osvaldo Pereira, do acampamento Kurusu Ambá, em Coronel Sapucaia. O indígena foi encontrado morto dentro da aldeia no dia 30 de maio e o caso tratado pela Polícia Civil.

Conforme informação de lideranças indígenas, o corpo de Osvaldo Pereira apresentava sinais de perfuração a bala logo abaixo da costela e na cabeça, além de ferimentos feitos por instrumento cortante, possivelmente uma faca. Para a comunidade, Osvaldo foi assassinado. Já a polícia civil trabalhou, no primeiro momento, com hipótese de acidente de trânsito. Também chamada ao local, a PF (Polícia Federal) informou que não dispunha de efetivo para atender a ocorrência. “A população esperou quase um dia todo. É um descaso das autoridades que deveriam apurar essa morte. Nós nos perguntamos até quando Mato Grosso do Sul vai ser palco dessa tragédia envolvendo a população Kaiowá Guarani”, lembrou.

Em seu pronunciamento, Kemp enfatizou que é preciso que a Polícia Federal, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e o governo federal garantam a segurança da população indígena e dos técnicos que realizam estudos antropológicos com a finalidade de identificar as áreas tradicionalmente ocupadas pela população Kaiowá Guarani. “Não podemos permitir o bang bang em Mato Grosso do Sul, que as pessoas decidam as coisas de fora, alheia ao Estado”, disse, lembrando que os trabalhos antropológicos estão paralisados no Estado diante da falta de segurança dos profissionais para concluírem os levantamentos. “Os técnicos estão intimidados, precisam de segurança para entrar nas propriedades”, comentou.

Relatório sobre a violência contra os povos indígenas, elaborado pelo CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e divulgado no mês passado em Brasília revela que Mato Grosso do Sul é o estado campeão em casos de suicídio e homicídios contra indígenas. Conforme o estudo, em 2008 ocorreram 34 suicídios e 42 assassinatos no Estado. O número de mortes corresponde a 70% do registrado em todo o país, que foram 60 ocorrências. No cenário das mortes violentas, os guaranis são os mais atingidos.






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